Acredito na capacidade humana de buscar a autorealização se adequando às demandas do mercado de trabalho e aos métodos e técnicas de produção. Para isso é preciso adequar também o gerenciamento de pessoas envolvidas no processo, no ambiente organizacional, na produção de conhecimento, a qualidade dos bens de consumo e, principalmente, dar atenção especial aos que colaboram direta e indiretamente nos resultados obtidos pela empresa.
Inicialmente a Sociedade Tradicional, aonde se gastavam longos períodos para se obter o produto final ou o próprio acúmulo de informações, foi esmagada pela Sociedade Industrial, tornando mecânico o desempenho do trabalhador que por repetições trazia o lucro com menor custo ao dono da empresa. Sociólogos e outros estudiosos chamaram para reflexão sobre os danos causados pela revolução industrial e aquilo que deveria ser melhorado nas Relações Humanas que haviam se tornado contradições sociais desmerecendo o trabalhador e reduzindo o potencial criativo das pessoas motivadas pelo mísero “ganha-pão”.
Aos poucos a classe trabalhadora foi se organizando e conquistando direitos, assumindo deveres e aumentando o desejo e sua capacidade de consumo. Ao adquirir bens o capital pôde circular gerando ainda mais capital. O homem passou a ser valorizado por aquilo que ele seria capaz de comprar. O próprio conhecimento passou a ser uma mercadoria atualmente. Detentores de informações passam a ganhar maiores salários enquanto especialistas em determinadas áreas. Competências técnicas associada às habilidades específicas definem a nova jóia do mercado. Novos desafios surgem na Gestão e no aperfeiçoamento pessoal. A boa administração está relacionada a saber como conseguir o máximo no desempenho individual e em equipe.
Amedronta-me o fato das inquietudes do ser humano estarem banalizadas quando uns e outros não correspondem ao funcionamento de uma Sociedade Capitalista ou Pós-Capitalista buscando o valorizar-se com o que se “tem” e não o que se “é”. As conseqüências são as mais diversas; como a violência, o descaso com os estudos, a falta de oportunidade de empregos descentes, e a grande concentração de renda nas mãos da minoria nos países como o Brasil. E a prosperidade ainda desigual continua causando sofrimento aos menos favorecidos. A humanização das relações tão difundida está sendo mascarada e aqueles que poderiam mudar isso, assim como eu e você, estão parados e preocupados em absorver os benefícios que podemos ter individualmente e corresponder às duras requisições de nossas vaidades.
Crica Fonseca
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