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No princípio tudo era nada, e nada era tudo o que havia. Fez-se dias noites e noites dias. Fez-se calores frios e frios quentes. Fez-se dias de sol sem sol e noites de lua sem luar.
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Então Deus criou o Verbo para dar sentido ao “haver” e “existir”, que por terem a mesma semântica ficaram impessoais. Por vezes perguntar-se-iam “quem é de que?” ou “o que é de que?”. E um “objeto direto” relacionado ao acontecido e ocorrido, que por vezes apareciam no “plural”, daria sentindo a intenção Divina. Poderia o “haver” expressar um fenômeno da natureza, e mais tarde, a própria idéia de tempo _ mas nunca deixariam de expressar a singularidade do fato.
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O “haver” e o “existir” ficaram inicialmente sem gênero, não se sabe se era homem ou se era mulher. O “haver” por força do destino transmitia a sua doença da impessoalidade sem conseguir entrar em concordância. Não houve de haver romances, deveriam existir outras coisas. Por certo, haveriam de ter ocorrido mistérios jamais decifrados.
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Ao “verbo” poderia ter sido acrescido um outro auxiliar. Este primeiro, apesar de também ser “verbo”, será para sempre subordinado ao tempo definido pelo premier. O que tem no meio e o que vier depois é imexível. E se vacilas haverá de haver-se com Ele, o próprio Criador. Quem houve questioná-Lo? Todo mérito foi firmemente contextualizado.
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Para “ser” ser incoerente convencionou-se a hora, data e a distância... Manteve-se o “ser” como sendo ainda impessoal. Como se “ser” não fosse o próprio “sujeito” e então, como se concorda com um “sujeito” que não existe? Foi nesse momento que as ciências exatas ficaram com a razão, pela quantidade dos eventos foi definida a pluralidade do “ser”. Foi meio estranho, foram meios estranhos, mas ninguém estranhou... Não houvera se quer uma unidade de ser existencial para fazê-lo.
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“Tudo”, “Isso” e “Aquilo” foram enfatizados pelo “ser” ao seu bel prazer. Aquilo eram verdades inquestionáveis. Nem tudo foram vaidades de uma Inteligência Maior. E aos poucos a “coisa” em oposição à “coisa” virara “sujeito”...E um dia, muito tempo depois, o Verbo se tornou carne e o próprio “sujeito”.
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Crica Fonseca
(04/05/06)
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