Botas Salto Agulha

Botas Salto Agulha

domingo

Fica Proibido

Fica proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer,
Ter medo das tuas recordações.
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Fica proibido não sorrir ante os problemas,
Não lutar pelo que queres,
Abandonar tudo por medo,
Não transformar em realidade teus sonhos.
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Fica proibido não demonstrar o teu amor,
Fazer com que alguém pague pelas tuas dúvidas e pelo teu mau humor.
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Fica proibido deixar os teus amigos,
Não tentar compreender aquilo que viveram juntos,
Chamá-los somente quando precisa deles.
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Fica proibido não seres tu perante todos,
Fingir para as pessoas que não te importas,
Esquecer todos os que te querem.
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Fica proibido não fazeres as coisas para ti mesmo,
Não fazeres o teu destino,
Ter medo da vida e dos teus compromissos,
Não viver cada dia como se fosse o último.

PABLO NERUDA

terça-feira

Mudar é Inevitável!


Considerações sobre o Livro de Spencer Johnson. 
Recomendo a leitura deste livro para qualquer idade. 
O livro é bastante simples e abre vários campos
de interpretação podendo gerar boas dinâmicas despertando
reflexões individuais e em grupo. 
Boa Leitura!

Crica

Quem Mexeu no Meu Queijo?
(Spencer Johnson)

O livro apresenta a importância da adaptabilidade necessária e proativa às mudanças inevitáveis da vida que atingem desde nossas crenças internas até o funcionamento das organizações para que todos nós possamos enfrentar nossos medos impeditivos e criar estratégias de sobrevivência no mudo atual. A leitura do livro está dividida em três etapas. A primeira e a terceira etapa revelam uma conversa informal e franca entre amigos, que se conhecem há muitos anos, sobre suas trajetórias de vida em diversificadas áreas de atuação e suas maiores dificuldades. Estes são instigados a refletir sobre uma história temática central_ descrita durante a segunda etapa do livro. Esta narrativa gira em torno daquilo que os quatro personagens da história acreditam ser a felicidade para cada um deles. Dois ratos, Haw e Hem e dois duendes, Sniff e Scurry, procuram Queijo em um labirinto. O “queijo” descrito representa nossas necessidades a serem satisfeitas e a falta dele as nossas privações. Há uma riqueza de detalhes sobre como estes personagens lidam com os processos de mudanças internas e externas e as estratégias de enfrentamento do problema de acordo com suas características individuais. Tanto os ratos como os duendes demonstram simbolicamente o funcionamento de nós seres humanos, desde as estruturas mais simples até as mais complexas.
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Sniff e Scurry tinham cérebros simples, instintivos e aguçados, se satisfaziam com o tipo de queijo que todos os ratos costumavam comer. Utilizavam-se da metodologia baseada na tentativa e erro enquanto procuravam pelo queijo, e o encontraram. Haw e Hem com crenças e pensamentos mais elaborados exigiam um tipo diferenciado de queijo. Aprendiam com experiências passadas desenvolvendo métodos sofisticados de busca e também o encontraram. Uma rotina foi estabelecida, Haw e Hem se sentiam satisfeitos e seguros com ela criando toda uma vida social em torno do grande estoque de queijo encontrado e não percebiam as mudanças que os estavam acometendo. Sniff e Scurry não se acomodaram com esta conquista e perceberam as mudanças ocorridas ao longo do tempo partindo para ações imediatas sem perder tempo ao analisá-las. Estes estavam sempre preparados para fazer aquilo que deveria ser feito.
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Certo dia, o estoque de queijo se esgotou para ambas as duplas. Sniff e Scurry partiram à procura de um novo estoque, sabiam que a falta de queijo seria uma mudança inevitável em algum momento de suas vidas e resolveram mudar também. Haw e Hem não estavam preparados para esta mudança, ficaram abalados, irritados e deprimidos. Tentaram negar os acontecimentos e culpar um ao outro. Mesmo quando se esforçaram para solucionar o problema não foram assertivos porque insistiram em permanecer no mesmo lugar, não se desvincularam da zona de conforto que conheciam para explorar novos caminhos.
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Haw percebeu que a resistência à mudança revelava uma certa insensatez. O medo do desconhecido estava deixando-o paralisado, mais distante dos seus objetivos e cada vez mais fraco para ir à luta por eles. Compreendeu que o antigo estoque de queijo jamais seria como antes e decidiu procurar o Novo Queijo. Hem não apoiou a decisão do amigo e não seguiu com ele nesta aventura. Hem estava preso a pensamentos e sentimentos negativistas, aos seus medos, sua insegurança e desesperança. A complexidade de pensamentos, falsas crenças e sentimentos ligados à inércia em que Hem se encontrava chegou a despertar inclusive raiva do amigo. Enquanto isso, Haw visualizava-se atingindo suas metas, mesmo com dificuldade, passou a acreditar que seria possível vencer e adquiriu autoconfiança necessária para superar obstáculos. Ao se sentir inseguro Haw se perguntava: “O que você faria se não tivesse medo?”. Ele entendia que deveria ser realista e que não deveria ficar tão assustado ao ponto de não se permitir uma tomada de atitude enquanto as coisas estavam piorando.
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Dentro do labirinto Haw às vezes ficava desencorajado, enfraquecido e sentia-se sozinho. Porém, lembrava-se de que por mais desagradável que fosse aquele percurso, na verdade era melhor que ficar sem o almejado queijo. Então, assumia o controle da situação, mantinha-se alerta, acreditava em seus instintos básicos, mudava suas crenças e comportamentos passados que o prejudicavam e estava se adaptando ao presente. Aos poucos se libertava e descobria o que realmente alimentava a sua alma. Pensou no amigo várias vezes, fez uma vista ao antigo estoque de queijo para convidá-lo para seguir com ele em suas descobertas. Mas Hem permanecia fixoado em seus conflitos incapacitastes para uma verdadeira mudança. Durante o labirinto Haw escrevia frases nas paredes na esperança de um dia seu amigo vê-las e segui-las para alcançar uma vida melhor.
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Ao final, Haw encontrou o maior estoque de queijo que já havia visto. Lá já se encontravam Sniff e Scurry. Percebeu que jamais teria encontrado tamanha felicidade se estivesse mantendo a ilusão do velho estoque de queijo. Fez algumas reflexões: precisava identificar seus erros e planejar seu futuro, era preciso sensibilidade, observação, simplicidade, flexibilidade e disponibilidade para a mudança, não deveria se confundir com crenças assustadoras, que seus medos irracionais impediam mudanças vantajosas e que é muito importante saber correr riscos para alcançar a satisfação.


Crica Fonseca

sábado

Como será a Liderança no Futuro?


Idéias baseadas em estruturas herméticas são bastante discutidas nas ciências atuais. Muitas pesquisas são baseadas na visão parcial do todo como a representação do mesmo e na sinergia do funcionamento complexo dos organismos; sejam células órgãos, indivíduos, famílias, comunidades, países, empresas, organizações e o próprio Universo. Todos nós fazemos parte de organismos e organizações, inferiores ou superiores, estamos em constante movimento e interligados. Para que haja evolução e permanência dessas estruturas físicas, mentais, metafísicas, relacionais ou emocionais é preciso adaptação sistêmica e interação harmônica entre as partes e o todo.

O conhecimento e as descobertas científicas trouxeram a decodificação, conceituação e classificação das Relações Humanas. Foram estudadas a memória, as dimensões da consciência, desejos e impulsos, a psicofisiologia, o aprendizado, as formas de condicionamento, interações sociais e etc. O desenvolvimento tecnológico e cientifico, em suas pesquisas, faz com que o homem mergulhe cada vez mais dentro de si e encontre fractais complexos iguais aos seus em outros seres vivos e na dimensão espacial que o cerca. O que gera maior controle do meio em que vive.

Ao mesmo tempo precisamos aprender a lidar com as nossas diferenças e a rica diversidade de ações que regem nossas relações sociais, sentimentos e pensamentos. Comprovadamente torna-se impossível uma vida isolada, sem integração e sem a cooperação de forças dos indivíduos envolvidos neste processo. É preciso associar-se para sobreviver. A globalização reforça tal apelo. Assim como, a Natureza continuará impondo desafios para que possamos aumentar a qualidade de vida da humanidade. E, hoje sabemos que o descuido com o planeta é o descuido com todos os seres viventes.

Perante tantas informações e atitudes plurais, cabe à nos desenvolvermos a consciência coletiva através da cooperação, inovação e superação. Os aspectos citados são percebidos pelos líderes atuais e serão cada vez mais exigidos de seus sucessores. Destes não será cobrado apenas o conhecimento científico, como também será primordial o desenvolvimento pessoal_ autodomínio, auto-conhecimento, inteligência emocional, interpessoal, intrapessoal e relacional. Organização, planejamento, treinamento, disciplina e conhecimento técnico são fundamentais, porém não será o diploma e o academicismo que definirá as competências dos nossos futuros líderes. Será preciso saber colocar-se no lugar do outro, compreender as necessidades individuais e do grupo, ser empático, congruente e autentico, além de ter sensibilidade e saber ouvir as diretrizes da intuição.

Há diversas formas de lideranças capazes de conduzir a humanidade para a sua evolução ou para o seu retrocesso. Nossos antepassados foram guiados por modelos, reais ou fictícios, que resultaram no comportamento social da atualidade. Por isso, pensando no futuro, precisamos de gestores como modelos éticos e com graus de consciência refinados. Líderes visionários que possam reconhecer os momentos de crise como grandes oportunidades de aprendizado e crescimento para que encontrem soluções e resultados através do comprometimento de todos. E, principalmente, que demonstrem disponibilidade para quebrar paradigmas com coragem, ousadia e tomada de decisão eficiente e eficaz.

O verdadeiro líder trás consigo força e magia para encantar mentes e corações. É necessário saber democratizar o processo de escolha levando em consideração a multiplicidade de fatores interelacionados a isso como crenças e valores, entre outros. Nossos futuros líderes, assim como já devem fazê-lo os atuais, têm a responsabilidade de fazer com que seus seguidores sintam-se representados e importantes no processo de realização dos interesses coletivos, colaborando e interagindo de forma confiante, atuante e participativa.

Crica Fonsca
Mãos Entrelaçadas - Candido Portinare

sexta-feira

Observando Pássaros e Homens

Hoje passei o dia observando pássaros. Eles são belos, livres, de natureza delicada e pensamento simples. Ao mesmo tempo são fortes, batalhadores, independentes, resistentes ao tempo, espertos, rápidos e capazes de movimentos complexos. E o mais importante é saber que eles podem voar e ver um mundo que eu nunca imaginarei existir. Eu realmente invejo os pássaros.

Lembrei-me dos homens, aqueles que alçam vôo quando querem usufruir da liberdade, da independência, da beleza, da sagacidade e da natureza interna que os guiam. Talvez mais complexos que os pássaros, embora com gestos simples. Eles voam, vivem e vêem por diversos ângulos situações que eu provavelmente não conseguiria imaginar existir. Eu invejo os homens.

Como são encantadores os pássaros e os homens! Admirando-os, paro para acompanha-los e sigo questionando o que os impulsiona em valores e atitudes. Quão insuportável deve ser a vida deles caso fiquem eternamente em um mesmo lugar? Presos, engaiolados seja lá por qual motivo ou
sentimento for, pode ser o fim da possibilidade de serem felizes? Ou será a segurança de uma vida melhor? Morreriam os pássaros e os homens se lhes fossem cortadas as suas asas? Até quando suportarão a solidão das relações efêmeras? Até quando viverão no mundo a passeio? Há espécies que desenvolvem habilidades sociais, assim como há homens que apresentam estas competências. Mas não será este um legado fim para todos?

Gostaria de poder dialogar com os pássaros. Sei que se isso fosse possível provavelmente eles estariam aptos para alcançar a sinceridade profunda da qual a maioria dos homens
nunca usa em suas palavras. Enquanto pássaros não se comunicam através da linguagem, e homens não falam a verdade sobre suas vidas, continuarei me encantando ou me “desencantando” com eles. Nada há de ser feito nesta hora em que a cede de aventuras se torna inevitável.

Crica Fonseca

segunda-feira

" Somente quando ouso ser aquilo que sou, assumindo o risco que isso me confere, somente quando sou capaz de enfrentar meus medos, somente quando sou capaz de ser, conscientemente, é que transcendo aquilo que entendo. E isto não é uma conquista fácil ou comum."

(Ousando Ser Feliz, Temas de Psicologia Humanista; Sônia Gusmão)