Vou viajar um pouquinho,Voar por aí...
Seja sempre bem vindo(a)
e até a volta!!!
Crica Fonseca
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A morte precoce dos pais e as seqüentes violências sofridas depois disso transformaram o Homem de Lata em uma pessoa incapaz de estabelecer vínculos afetivos, preferindo a solidão. O transtorno se enraizou quando ele passou a usar uma armadura para esconder os resultados das agressões. A inabilidade de interagir, típica do transtorno, não é sinal de ausência dos sentimentos, e sim dificuldade para vivenciá-los por insegurança. A situação é notoriamente desconfortável e chega a ser somatizada no corpo com articulações travadas e ausência de um coração. Buscar ajuda do Mágico de Oz oferece um prognóstico interessante, embora seja recomendável o auxílio de psicoterapia.
Cinderela
Diagnóstico: Necessidade de Aprovação Social
Agradar a todos que a cercam, indo contra os próprios sentimentos, fez com que ela tivesse um comportamento doentio. A patologia começou após a morte da mãe _ ela aceitou a madrasta e as irmãs de criação para não desapontar o pai. A reação dele, de não se opor aos mais tratos impostos à filha pela segunda mulher, marcaram a forma de Cinderela se relacionar com o mundo. Ela passou a ter uma percepção fragmentada se si mesma, com notável baixa auto-estima. A fragilidade emocional pode ser percebida pelo fato de ela ter aceitado se casar com único rapaz com quem se relacionou, após dois encontros (no baile e na devolução do sapato perdido na festa). A psicoterapia pode ajudar a reforçar a auto-estima e a abandonar relações de dependência. O aconselhamento de casal, em companhia do Príncipe Encantado, será imprescindível.

imaginava as estórinhas de acordo com as figuras que via. Depois de anos descobri que uma grande parte dos livros que lia quando ainda não sabia ler estavam escritos em francês, inglês e português. Para mim a língua escrita era indiferente, eu sabia tudo o que estava ali. Aprendi a falar antes do tempo. Segurava o lápis perfeitamente antes mesmo que alguém pudesse ter me ensinado. Meu mundo encantado estava ligado as letras, figuras e formas que eu repetia e repito até hoje em tudo o que faço. Lembro-me que eu adorava estar sempre envolvida em algum teatrinho para crianças. Decorava os textos e adorava vestir fantasias. Brincar carnaval não era apenas dançar, era como ser um personagem em ação. A arte e a literatura me acompanham desde cedo. Não sei contabilizar quantos livros e fragmentos fizeram parte da minha vida, o que sei é que não há de existir a minha vida sem eles ao meu lado. Alguns foram mais marcantes, como os para crianças produzidos por Walt Disney. Lembro-me dos livrinhos do Tio Patinhas e toda a sua turma em uma coleção de livros individuais de acordo com as características de cada personagem. O Professor Pardal e seu assistente o Lapadinha, eram inventores malucos com suas maluquices. Meu primeiro livrinho de receitas era da Avó do Pato Donalds. Meu pai viajava muito e comprava coleções inteiras para mim. Poucas pessoas podiam adquirir este material naquela época. Tive a oportunidade de conhecer contos que até hoje não chegaram ao meu país, como os contos Alemães. Talvez algumas pessoas já tenham ouvido falar de Heide e alguns outros. Um dia sei que vão virar filmes como a grande maioria deles para que todos possam conhecê-los. Na televisão minha diversão era ver o balé, ficava vidrada. As bailarinas pareciam criaturas encantadas. Gostava também de uma família muito estranha que se chamava Família Barbapapa. Será que alguém ainda se lembra deles? Minha mãe como professora me trazia os livros relacionados à cultura e ao folclore brasileiro. O Saci Pererê. A Onça Pintada. Os Contos Indígenas. A Luta de Bois. O Macaco sapeca que ficou grudado na boneca de cera. Até hoje sou apaixonada por estórias infantis. Queria ter namorado o “Menino Maluquinho”. Ziraldo me encanta em seus livros para os pequenos que começam a descobrir o mundo. Eu não lia muito Gibi porque me dispersavam as figuras. Eu nunca acabava de ler. Se eu não gostasse do texto inventava um pra mim usando dos quadrinhos divertidos. E não há como resistir a uma revistinha da Turma da Mônica. Tenho o maior orgulho desta grande produção nacional e que hoje o mundo inteiro conhece. Minha primeira bíblia era meio assustadora, tinha o formato de um olho enorme na capa, mais parecia coisa de filme de terror. Ainda bem que a Bíblia da Mônica me salvou! Eu brincava com meus amiguinhos de falar como o Cebolinha e tinha preconceito em relação ao Cascão. Quando eu fui crescendo descobri que ele era “gente boa”. Assim fui vivendo a presença dos personagens no meu dia a dia. Aprendi a desenhar com Daniel Azulai. Gostaria de agradecê-lo por ter me ensinado a desenhar. E a Turma do Tio Maneco? Depois veio o Sítio do Pica Pau Amarelo. Ah! Este dispensa comentários. Passava na hora do almoço, antes do jornal. Era a hora que eu chegava da escola e minha mãe obrigava a gente a ficar esperando meu pai chegar para almoçarmos todos juntos. Quem ligava? Bom mesmo era ver o que a Emília tava fazendo... Foram melhores as primeiras etapas inventadas para televisão sobre as obras de Monteiro Lobato. Depois disso, minha vida escolar não me deixava estar muito tempo ligada a programação da televisão, o que me ajudou muito também. Eu passei a conhecer e inventar estórinhas escritas na escola. Minhas primeiras frases foram baseadas no livro do Ataliba e seu fiel cachorro Totó. Lembro de ter me encantado pelo som das palavras e ficar pela casa repetindo os fonemas. Justamente nesta época eu estava travando umas das minhas batalhas com as palavras porque tive perda auditiva, que mais tarde fora estabilizada. Com mais força ainda os livros se tornaram meus companheiros de longas e boas conversas. Entrando no Movimento Escoteiro como "Lobinha", ainda em fase de alfabetização, me deliciava com a vida de Mogli. Aprendi virtudes com as aventuras do Menino Lobo. Cada chefe era chamado pelo nome de um dos personagens do livro, aquele que mais fosse parecido com a sua personalidade. Era como se eu pudesse acreditar que os personagens haviam saído de dentro do livro e se tornavam pessoas reais com quem eu interagia. Estas experiências foram vivenciadas antes mesmo de eu ter completado meus dez anos de idade. É fantástico poder estar neste mundo de sonhos e realidade. Aprendi muito com meus
amados personagens e suas estórias...
