Botas Salto Agulha

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sexta-feira

Observando Pássaros e Homens

Hoje passei o dia observando pássaros. Eles são belos, livres, de natureza delicada e pensamento simples. Ao mesmo tempo são fortes, batalhadores, independentes, resistentes ao tempo, espertos, rápidos e capazes de movimentos complexos. E o mais importante é saber que eles podem voar e ver um mundo que eu nunca imaginarei existir. Eu realmente invejo os pássaros.

Lembrei-me dos homens, aqueles que alçam vôo quando querem usufruir da liberdade, da independência, da beleza, da sagacidade e da natureza interna que os guiam. Talvez mais complexos que os pássaros, embora com gestos simples. Eles voam, vivem e vêem por diversos ângulos situações que eu provavelmente não conseguiria imaginar existir. Eu invejo os homens.

Como são encantadores os pássaros e os homens! Admirando-os, paro para acompanha-los e sigo questionando o que os impulsiona em valores e atitudes. Quão insuportável deve ser a vida deles caso fiquem eternamente em um mesmo lugar? Presos, engaiolados seja lá por qual motivo ou
sentimento for, pode ser o fim da possibilidade de serem felizes? Ou será a segurança de uma vida melhor? Morreriam os pássaros e os homens se lhes fossem cortadas as suas asas? Até quando suportarão a solidão das relações efêmeras? Até quando viverão no mundo a passeio? Há espécies que desenvolvem habilidades sociais, assim como há homens que apresentam estas competências. Mas não será este um legado fim para todos?

Gostaria de poder dialogar com os pássaros. Sei que se isso fosse possível provavelmente eles estariam aptos para alcançar a sinceridade profunda da qual a maioria dos homens
nunca usa em suas palavras. Enquanto pássaros não se comunicam através da linguagem, e homens não falam a verdade sobre suas vidas, continuarei me encantando ou me “desencantando” com eles. Nada há de ser feito nesta hora em que a cede de aventuras se torna inevitável.

Crica Fonseca

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