Botas Salto Agulha

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quinta-feira

Volto Logo!

Vou viajar um pouquinho,
Voar por aí...


Seja sempre bem vindo(a)
e até a volta!!!


Crica Fonseca

quarta-feira

"Eu era jovem demais para saber amar...". (Pequeno Príncipe)

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O Pequeno Príncipe e Sua Rosa

As flores são fracas. Ingênuas. Defendem-se como podem.
Elas se julgam terríveis com seus espinhos...
Para que servem os espinhos?
Há milhões e milhões de anos que as flores fabricam espinhos.
E não será importante compreender porque perdem tanto tempo fabricando espinhos inúteis?
Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplar em milhões e milhões de estrelas, isso basta para que seja feliz quando as contempla.
Eu conheço uma flor única no mundo, e que num belo dia pode ser liquidada num só golpe.
Minha flor está lá, nalgum lugar...
Mas se um dia for arrancada bruscamente, é para mim, como se todas as estrelas se apagassem.
Sempre houvera flores muito simples, apareciam certas manhãs e já à tarde se extinguiam, e que não ocupavam lugar nem incomodavam ninguém.
Pude conhecer aquela flor que brotara num dia de um grão trazido não se sabe de onde.
Assisti à instalação de um enorme botão, mas a flor não acabava mais de preparar sua beleza, não queria sair, no radioso esplendor da sua beleza é que queria aparecer.
Era vaidosa, misteriosa, portanto, durara dias e dias...
Eis que numa bela manha, justamente à hora do sol nascer, havia-se afinal, mostrado.
Linda...
Não era modesta, mas era comovente.
Requeria cuidado.
Ela me afligia com sua mórbida vaidade.
Falando dos espinhos dissera:
_ Não sou uma erva má, perdoa-me!
Sob a noite coloquei-a sob a redoma.
Tomara a sério palavras sem importância, e me tornara infeliz.
Apesar de minha boa vontade, logo duvidara dela.
Não deveria tê-la escutado, bastaria olhar e aspirar o perfume da flor, mas eu não me contentava com isso.
Não soube compreender coisa alguma!
Devia tê-la julgado pelos atos, não pelas palavras.
Ela me perfumava e iluminava...
Não deveria jamais ter fugido.
Deveria ter-lhe adivinhado a ternura sob os seus pobres ardis.
São tão contraditórias nas flores!
Mas eu era jovem demais para saber amar.




(Antonie De Saint-Exupéry * Trecho Adaptado)

domingo

Mulher Maravilha


Personagens e suas Psicotapologias

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Ninguém é Normal na Terra do Nunca...

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[...] Quarta-feira à tarde, sala de espera lotada. Peter Pan tenta roubar a atenção de todos os presentes. O Homem de Lata permanece inerte em frente à televisão, como quem olha e não vê. Em outro canto, a Madrasta da Branca de Neve mastiga chicletes incessantemente e, vez por outra, dá uma olhadela num espelhinho para conferir a maquiagem. A porta se abre e o Burrinho Ió deixa o consultório todo satisfeito, com sua sonhada alta. Depois que passou a tomar um remedinho por dia, melhorou a relação com o Ursinho Pooh, Tigrão e companhia. Já pode administrar seus problemas sem auxílio terapêutico.

Esse não é mais um conto de fadas, mas poderia ser. O vislumbre de analisar os personagens infantis à luz da psicologia não é novo. Mas, pela primeira vez, foi divulgado um relatório completo sobre as patologias de vários deles. Em, O Lobo Mau no Divã (Ed. Best Seller), a pesquisadora Laura James conta, com bom humor, como a psicoterapia pode ser útil para sanar os distúrbios psicológicos e psiquiátricos de vários deles. E, surpreenda-se; em alguns casos, os atributos que levam alguns ao patamar de “o bonzinho da história” são, na verdade, resultados de uma neurose. [...].



Lobo Mau
Diagnóstico: Psicopatia

A inabilidade em seguir regras, combinada com a falta de empatia, pode levá-lo a arroubos de fúria bastante danosos a sociedade. A vida instintiva é seu ponto de apoio para cometer crimes: fundamenta-se em sua dieta carnívora para justificar assassinatos, falsidade ideologia e estelionato. Como é comum aos psicopatas, costuma estabelecer uma relação de confiança com as vítimas. Foi com perguntas aparentemente tolas que o lobo descobriu o itinerário de Chapeuzinho Vermelho, uma de suas vítimas. O sentimento de superioridade e a falta de remorsos também fazem parte da patologia. Sugere-se ainda uma tendência de distúrbios sexuais, especialmente pedofilia. A internação em uma prisão psiquiátrica seria uma medida razoável, em prol da sociedade.



Ursinho Pooh
Diagnóstico: Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH). Tipo Predominante Desatento.


Pooh tem uma extrema dificuldade em prestar atenção nos detalhes e em refletir sobre os fatos que o cercam. Como é natural da patologia, mantém um centro de atenção _ no caso, a comida. Consciente da tendência à distração, chega tomar nota dos acontecimentos e afazeres. Mas nem isso é capaz de organizar seus pensamentos. O transtorno que apresenta se opõe ao verificado no amigo Trigão, que também tem TDAH, mas tende ao tipo predominantemente hiperativo impulsivo. Ambos poderiam ser beneficiados com uma combinação de medicação e terapia comportamental. O principal ganho seria na realização de atividades cotidianas e uma melhor auto-estima.


Homem de Lata
Diagnóstico: Transtorno de Personalidade Esquizóide

A morte precoce dos pais e as seqüentes violências sofridas depois disso transformaram o Homem de Lata em uma pessoa incapaz de estabelecer vínculos afetivos, preferindo a solidão. O transtorno se enraizou quando ele passou a usar uma armadura para esconder os resultados das agressões. A inabilidade de interagir, típica do transtorno, não é sinal de ausência dos sentimentos, e sim dificuldade para vivenciá-los por insegurança. A situação é notoriamente desconfortável e chega a ser somatizada no corpo com articulações travadas e ausência de um coração. Buscar ajuda do Mágico de Oz oferece um prognóstico interessante, embora seja recomendável o auxílio de psicoterapia.



Cinderela

Diagnóstico: Necessidade de Aprovação Social

Agradar a todos que a cercam, indo contra os próprios sentimentos, fez com que ela tivesse um comportamento doentio. A patologia começou após a morte da mãe _ ela aceitou a madrasta e as irmãs de criação para não desapontar o pai. A reação dele, de não se opor aos mais tratos impostos à filha pela segunda mulher, marcaram a forma de Cinderela se relacionar com o mundo. Ela passou a ter uma percepção fragmentada se si mesma, com notável baixa auto-estima. A fragilidade emocional pode ser percebida pelo fato de ela ter aceitado se casar com único rapaz com quem se relacionou, após dois encontros (no baile e na devolução do sapato perdido na festa). A psicoterapia pode ajudar a reforçar a auto-estima e a abandonar relações de dependência. O aconselhamento de casal, em companhia do Príncipe Encantado, será imprescindível.



Autor: João Rafael Torres // Da equipe do Correio
Fonte: Revista do Correio [Correio Braziliense. Domingo, 9 de novembro de 2008. Ano 4. Nº 182]

terça-feira

Meu Príncipe Desencantado

(Crica Fonsca)
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Abandonou a donzela desamparada.
Foi destituído pela Princesa. Não obedeceu às ordens da Rainha.
Engraçou-se com a bruxa. E, virou sapo.

Para alguns, ele foi como um herói salvador retirando a mocinha de seu cruel destino. Pena que não nos foi revelado nos Contos de Fada as verdades sobre o depois da frase; “E, viverem felizes para sempre...” A realidade é dura e o herói tem suas frescuras! A princesa acaba a mercê de um homem que não sabe viver sem correr atrás de donzelas para salvá-las.

Tenho a impressão que ele passará o resto vida subindo torres de castelo, se embrenhando no mato, enfrentando dragões, pertencendo aos sonhos de moças solitárias que mais tarde se apaixonam fazendo tudo o que ele quer. Com o passar dos dias desaparece para dar o tempo de aumentar ainda mais a saudade da pessoa amada. Envolvendo-se em corridas, brigas, batalhas, cruzadas, competições e conquistas com seus amigos e companheiros de guerra. Por vezes ganha o corpo de uma mulher como recompensa. Haverá sempre alguém para deitar-se com ele, mesmo que apenas por uma noite.

Ele despertou o ódio e a inveja na bruxa que me amaldiçoou. Ela, quem se dizia minha amiga, sofreu o retorno dobrado do efeito de sua maldição mal feita. Fui perseguida por ela durante muito tempo. Ultimamente não há sinal da malvada e nem mesmo dele. Será que ela finalmente acertou a mão e o enfeitiçou? Será que ele foi capaz de ceder aos encantos da bruxa e ela resolveu me deixar em paz? Ela sabe ao certo o que fazer com a virilidade dos homens para se tornem escravos dos desejos obscuros de uma mulher.

A armadura de aço, pertencente ao bravo guerreiro, já fora derrubada por ela no passado. Não poderíamos ter certeza de que isso não viria acontecer mais uma vez. Eles, o príncipe e a bruxa, juntos já haviam conseguido fazer com que o verbo se fizesse carne, mas por fim ainda criança se tornou verbo novamente. Não sobreviveu entre os humanos. O filho deles morreu nas águas sendo levando pelas lendas encantadas do Reino dos Céus.

Pobre daquela que pensar ter sido eleita a rainha, embora eu já tenha querido fazer tudo para sê-lo. Nas noites frias de inverno e nas noites quentes de verão ela terá que se contentar com a lembrança de um alguém que só se faz presente para suprir as suas próprias necessidades de envolvimento. Vez em quando, ele recorrerá a esta mulher de amor maternal e que o trata de maneira especial.

A Rainha mãe já te o deserdou, colou um dos lindos irmãos no lugar dele, porque preferiu ser o primogênito ausente. Não são todas as mulheres que se deixam enganar em nome do amor, é preciso que este amor se faça presente. Eu poderia vir a me anular para manter a paz no meu reino, sendo esta uma causa nobre, mas só o faria se eu tivesse certeza que o Rei deste lugar é inteiramente meu e apenas nos meus braços viria descansar.

Atitudes nobres para com um príncipe desencantado não vão me levar a lugar algum. Eu gostaria muito de comunicar a ele, que se encontra desaparecido no momento, que coloquei o seu papel a disposição de outro que possa vir a aparecer na minha vida. Existem algumas verdades até então não reveladas, embora pressentidas e sentidas, por isso não o procuro e estou evitando-o.

Penso, sinceramente, que ele não apercebeu o quanto bagunçou a minha vida. Quebrou-se uma estrutura porque ela precisava ser quebrada. Porém, não há culpados nesta hora. Ele foi pra mim: o homem que me satisfez, me deixou louca de prazer, quem me fascinou e me fez não querer voltar à realidade. Teve-me sem restrições, e me deixou sorrindo atoa. Também foi o dono do meu pranto e da minha solidão porque não conheci no mundo outro que possa ser como ele.

Tirou-me o sono, me deixou preocupada, me irritou profundamente, me encontrou novamente e me encantou. Fez com que eu mentisse, por vezes pra mim mesma. Assustou-me. Me magoou e me abandonou quando eu mais precisei. Ditou as regras da relação, eu não consegui fazer oposições por medo de perdê-lo. Infelizmente, foi ele quem me perdeu para sempre.

Culpou-me e me pediu desculpas. Tornou-me cúmplice dos seus devaneios e da sua morte que poderia ter sido repentina pelos riscos que corria. Calei-me, eu consenti. Eu o pertenci, eu o amei. Embora ele nunca tenha ouvido minha boca dizendo que 0 amava, jamais ouvirá. Salvo no dia de hoje, quando me revelo sem disfarces para me afasta-lo de uma vez por todas. Quando chego à pureza deste sentimento, é também quando meu peito sangra com um punhal encravado no peito.

Quero que ele nunca mais retorne, não faça despedidas para eu não cair, saia definitivamente da minha vida. Posso ser julgada como uma princesa covarde e fria. Frieza e, principalmente, covardia foi o que recebi dele. Estou usando próprias armas dele para acabar com ele mesmo, para destruí-lo dentro do meu eu e me destruir um pouco também. Sentirei falta, construirei novamente este pedaço de mim mesma.

Ele experimente do próprio veneno. Este já me arrasou algumas vezes, eu sobrevivi a esta pequena dose supostamente letal e assim será. Ficará sem mim, não sentirá o cheiro do meu perfume e nem a doçura dos meus lábios. Sairá por aí buscando em outros corpos o único corpo que o completa, como eu fiz. Dormirá, se conseguir, imaginando onde e com quem eu passei a noite. Quando chamado dele aparecer diante dos meus olhos vou fingir que não ouvi. Se alguém me perguntar se recebi o recado, direi não. Preocupar-se-á com o falto de eu estar viva ou morta. Imaginar-me-á num caixão fúnebre e irá levar tantas flores quantas as que ele me entregou ou prometeu entregar em vida.

Quebrei as regras, passei por cima de alguns dos meus valores e enfrentei muito mais fantasmas do que se possa imaginar. Posso ser tão forte agora quanto fui ao aceita-lo. Encontrarei outras bruxas, enfrentarei monstros, estarei solitária em torres, andarei na floresta escura... Porém um dia, um outro cavaleiro mais forte e autêntico virá ao meu encontro. Encerrar-se-á um ciclo onde ele não está, não por ausência física, mas por incompetência para torna plena uma realidade que vivemos juntos há anos. Que este fim se faça como seu início, cheio de mistérios e conflitos jamais compreendidos.

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Crica Fonseca
(Texto escrito em 2005)

domingo

Euzinha em 19ººººººººººº....

(Crica Fonseca)

Um amigo para as Crianças

(Crica Fonseca)

Fotos: eu lendo, eu e meu padrinho

e minha Promessa Escoteira...





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Desde criança sempre gostei de livros. Antes mesmo de saber ler eu já imaginava as estórinhas de acordo com as figuras que via. Depois de anos descobri que uma grande parte dos livros que lia quando ainda não sabia ler estavam escritos em francês, inglês e português. Para mim a língua escrita era indiferente, eu sabia tudo o que estava ali. Aprendi a falar antes do tempo. Segurava o lápis perfeitamente antes mesmo que alguém pudesse ter me ensinado. Meu mundo encantado estava ligado as letras, figuras e formas que eu repetia e repito até hoje em tudo o que faço. Lembro-me que eu adorava estar sempre envolvida em algum teatrinho para crianças. Decorava os textos e adorava vestir fantasias. Brincar carnaval não era apenas dançar, era como ser um personagem em ação. A arte e a literatura me acompanham desde cedo. Não sei contabilizar quantos livros e fragmentos fizeram parte da minha vida, o que sei é que não há de existir a minha vida sem eles ao meu lado. Alguns foram mais marcantes, como os para crianças produzidos por Walt Disney. Lembro-me dos livrinhos do Tio Patinhas e toda a sua turma em uma coleção de livros individuais de acordo com as características de cada personagem. O Professor Pardal e seu assistente o Lapadinha, eram inventores malucos com suas maluquices. Meu primeiro livrinho de receitas era da Avó do Pato Donalds. Meu pai viajava muito e comprava coleções inteiras para mim. Poucas pessoas podiam adquirir este material naquela época. Tive a oportunidade de conhecer contos que até hoje não chegaram ao meu país, como os contos Alemães. Talvez algumas pessoas já tenham ouvido falar de Heide e alguns outros. Um dia sei que vão virar filmes como a grande maioria deles para que todos possam conhecê-los. Na televisão minha diversão era ver o balé, ficava vidrada. As bailarinas pareciam criaturas encantadas. Gostava também de uma família muito estranha que se chamava Família Barbapapa. Será que alguém ainda se lembra deles? Minha mãe como professora me trazia os livros relacionados à cultura e ao folclore brasileiro. O Saci Pererê. A Onça Pintada. Os Contos Indígenas. A Luta de Bois. O Macaco sapeca que ficou grudado na boneca de cera. Até hoje sou apaixonada por estórias infantis. Queria ter namorado o “Menino Maluquinho”. Ziraldo me encanta em seus livros para os pequenos que começam a descobrir o mundo. Eu não lia muito Gibi porque me dispersavam as figuras. Eu nunca acabava de ler. Se eu não gostasse do texto inventava um pra mim usando dos quadrinhos divertidos. E não há como resistir a uma revistinha da Turma da Mônica. Tenho o maior orgulho desta grande produção nacional e que hoje o mundo inteiro conhece. Minha primeira bíblia era meio assustadora, tinha o formato de um olho enorme na capa, mais parecia coisa de filme de terror. Ainda bem que a Bíblia da Mônica me salvou! Eu brincava com meus amiguinhos de falar como o Cebolinha e tinha preconceito em relação ao Cascão. Quando eu fui crescendo descobri que ele era “gente boa”. Assim fui vivendo a presença dos personagens no meu dia a dia. Aprendi a desenhar com Daniel Azulai. Gostaria de agradecê-lo por ter me ensinado a desenhar. E a Turma do Tio Maneco? Depois veio o Sítio do Pica Pau Amarelo. Ah! Este dispensa comentários. Passava na hora do almoço, antes do jornal. Era a hora que eu chegava da escola e minha mãe obrigava a gente a ficar esperando meu pai chegar para almoçarmos todos juntos. Quem ligava? Bom mesmo era ver o que a Emília tava fazendo... Foram melhores as primeiras etapas inventadas para televisão sobre as obras de Monteiro Lobato. Depois disso, minha vida escolar não me deixava estar muito tempo ligada a programação da televisão, o que me ajudou muito também. Eu passei a conhecer e inventar estórinhas escritas na escola. Minhas primeiras frases foram baseadas no livro do Ataliba e seu fiel cachorro Totó. Lembro de ter me encantado pelo som das palavras e ficar pela casa repetindo os fonemas. Justamente nesta época eu estava travando umas das minhas batalhas com as palavras porque tive perda auditiva, que mais tarde fora estabilizada. Com mais força ainda os livros se tornaram meus companheiros de longas e boas conversas. Entrando no Movimento Escoteiro como "Lobinha", ainda em fase de alfabetização, me deliciava com a vida de Mogli. Aprendi virtudes com as aventuras do Menino Lobo. Cada chefe era chamado pelo nome de um dos personagens do livro, aquele que mais fosse parecido com a sua personalidade. Era como se eu pudesse acreditar que os personagens haviam saído de dentro do livro e se tornavam pessoas reais com quem eu interagia. Estas experiências foram vivenciadas antes mesmo de eu ter completado meus dez anos de idade. É fantástico poder estar neste mundo de sonhos e realidade. Aprendi muito com meus amados personagens e suas estórias...













Penso em um dia escrever livros para crianças e adolescentes.
Os adultos da modernidade precisam dar a eles a possibilidade
de imaginar o mundo encantado por trás das palavras.
Adultos, prestem muita atenção no material literário que
está sendo oferecido hoje para suas crianças!!!
Isso define valores e incentiva a criatividade.
A vida globalizada exige criatividade para a sobrevivência.
Não pense que isso é fantasia boba de criança...
Isso é o mundo mágico ainda desejado por adultos em seu íntimo.
Mas eles cresceram, assim como eu, tiveram sua chance.
E os pequeninos de hoje? Será que eles podem sonhar com qualidade?
Deixo então minha reflexão e algumas fotos de quando eu era um desses
"Pequenos Aventureiros" a descobrir o mundo que nos cerca.
Para recordar minha infância coloquei uma
sequência de músicas de A Arca de Noé.
Espero que gostem e consigam sempre
estar em contado com a crinça que
existe em cada um de nós.




Crica Fonseca

quinta-feira

Preconceito

Preconceito é um juízo preconcebido, manifestado geralmente na forma de uma atitude discriminatória que se baseia nos conhecimentos surgidos em determinado momento como se revelassem verdades sobre pessoas ou lugares determinados. Costuma indicar desconhecimento pejorativo de alguém ao que lhe é diferente.
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É impossível encontrar alguém que não tenha preconceito, já que internalizamos sem perceber muito da nossa herança cultural geralmente carregada de formas sutis de recursos diferentes. "Pre-conceito" significa conceito formado antecipadamente, sem adquado conhecimento dos fatos.
Os antropólogos nos ensinam que, ao avaliarmos os costumes de outros povos temos têndencia de partir de nossos valores culturais, o que representa uma atitude etnocêntrica. Quando isso acontece, corremos o risco de procurar neles "o que lhes faltam" e esquecemos de ver com clareza o que eles são de fato.
O preconceito leva à discriminação quando pessoas são classificadas pela sociedade "diferentes". Tais como pobre, Negros , Homossexuais, Mulheres, Idosos, Loucos e tantos outros são considerados inferiores e excluídos dos privilégios desfrutados por aqueles que se consideram "melhores".
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Muito bom para pensar antes de
sair julgando todo mundo...
Recomendo este site!
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Crica Fonseca

terça-feira

Miss Guided


Acordei pela manhã sem saber onde estava e nem que horas eram. Não me interessava voltar pro meu mundinho de rotinas. Trouxe comigo o gostinho bom de quem esteve num outro planeta qualquer. O melhor de tudo foi ter me sentindo fora do ar. Estava tudo fora da ordem... Pra que ordem mesmo, heim? Em meus delírios peguei minha vassoura dia trinta e um de outubro e ao final da noite fui Miss _ Miss Guided. Entre Bruxas e Emos me restaram olhares curiosos e uma faixa de “a mais bela”. No dia seguinte, de repente, eu estava num inferninho hardcore. Foi bom para me lembrar dos velhos tempos e melhor ainda para perceber que estamos melhores a cada ano que passa! A incoerência parecia piada dentro de mim. Peguei-me rindo de mim mesma. Senti-me menina e velha. Feia e linda. Esteticamente fora do padrão e desejada por quem dita padrão de beleza. O que meu professor de academia estava fazendo naquele lugar? Quase consegui esconder a sensação de ternura por um que já me fez passar raiva. Só alguém com uma alma grande poderia ver o que estava trancado lá dentro do meu coração, e viu. Fiz pouco caso disso. Como dizem os mais novos; “não dá nada, se der é pouca coisa!”. E não deu mesmo... Também não dei o braço a torcer, mas torci o nariz de ciúmes. Outro que me chamou atenção tinha um metro e noventa e cinco de altura, grandes olhos verdes, lindos cachos castanhos e se intitulava metrossexual. Socorro! Eu mereço ouvir isso? Ah! Hahahaha... Vi uma garota de programa que tinha acabado com o namorado e a pobre menina lésbica de quatorze anos. E os caras do pó? Duplinha estranha aquela, credo! O tatuador, sempre na dele, perecia muito bem e os meninos diziam que ele teria mãos de fadas no depois da noitada. Uma vez entre amigos não voltei pra casa. Quando consegui deitar-me um pouco pensei que lá estava eu dormindo numa cama de casal que não era a minha e sozinha, claro. Deixei a porta fechada pra ninguém entrar. Ninguém de fato entrou, mas não me deixaram cair no sono por causa do barulho. A nova namorada do meu grande amigo e dono da casa foi uma ótima companheira de balada e de cozinha. Sempre gosto de pessoas que curtem a natureza, reggae e trance _ acho que seremos boas amigas. Já se passava do meio dia e o pessoal precisava comer e fomos as duas para as panelas. Há muito tempo não me divirto tanto como neste final de semana. Mais de vinte e quatro horas pra bruxa nenhuma botar defeito! Definitivamente, eu estava mesmo precisando me desligar do meu dia-a-dia muito sério e cheio de responsabilidades. Eu havia me esquecido como pode ser bom ficar de bobeira, ficar “curtindo lombra”. E quem liga se eu me desligo uma vez ou outra? Eu nem preciso de drogas para isso. Imagine se eu usasse? (Rsrsrsrs...) De volta a vida me sobrou os risos e a certeza de que eu não preciso levar a vida tão a sério!




Crica Fonseca